Estudo de caso de paciente vacinado reinfectado com variante Gama aponta para a importância de esquemas com mais de uma plataforma de vacina
A capacidade que variantes de preocupação (VOC) do SARS-CoV-2 têm de causar infecção mesmo em indivíduos com sistema imune previamente estimulado por variantes anteriores do vírus agrava a atual pandemia, ao permitir que estas VOCs consigam evadir as chamadas “barreiras imunológicas”. Em outras palavras, pessoas que se vacinaram ou tiveram uma infecção pregressa continuam passíveis de infecção e de transmitir a doença — apesar de protegidas pela vacinação de casos graves.
A presente publicação detalha um caso de um profissional de saúde da atenção básica que, um ano depois da primeira infecção pelo vírus (e 67 dias depois da segunda dose da vacina), desenvolveu um segundo caso clínico da doença, causado por uma variante diferente daquela associada ao primeiro episódio de COVID-19 (B.1.1.33 no primeiro caso; VOC Gama no segundo). O artigo descreve o caso, que envolveu sintoma persistente de visão embaçada por 18 dias após o fim de outros sintomas, mesmo após a eliminação do vírus. Adicionalmente, com base na circulação de variantes com novas mutações e nas aparentes características da memória imunológica a longo prazo em pessoas positivadas e vacinadas, a publicação sugere a adoção de um esquema vacinal que combine mais de uma plataforma, de maneira a aumentar a proteção da população, em especial profissionais que estão em exposição constante, como profissionais de saúde da atenção básica.
Penetra, S. L., da Silva, M. F., Resende, P., Pina-Costa, A., Santos, H. F., Guaraldo, L., … & Brasil, P. (2022). Post-acute COVID-19 syndrome after reinfection and vaccine breakthrough by the SARS-CoV-2 Gamma variant in Brazil. International Journal of Infectious Diseases, 114, 58-61.