Artigo descreve o trabalho inicial de vigilância do coronavírus causador da COVID-19 no Brasil
A emergência do novo coronavírus SARS-CoV-2 na China ao final do ano de 2019 fez com que países ao redor do mundo começassem a preparar suas estruturas de vigilância, de forma a detectar precocemente e monitorar o avanço do vírus em seus territórios. O Brasil foi um dos países que começou a monitorar amostras suspeitas para possível detecção do SARS-CoV-2 ainda no princípio de 2020, com alguns laboratórios atuando como focos centrais de sequenciamento. O trabalho de pesquisa aqui resumido traz resultados do monitoramento no Laboratório de Viroses Respiratórias e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz, entre os meses de fevereiro e março de 2020, período no qual o laboratório recebeu amostras de pessoas com infecção respiratória de nove estados brasileiros. Em um total de 707 amostras, 29 (aproximadamente 4 em cada 100 amostras) foram positivas para o SARS-CoV-2, duas das quais também tiveram a presença do genoma de Rinovírus, um dos agentes etiológicos de resfriados comuns. O artigo, além de trazer um importante registro histórico dos primeiros dias do SARS-CoV-2 no país, também é uma importante evidência da necessidade de diagnóstico diferencial específico para casos de doença respiratória para conseguir separar casos de COVID-19 de outras doenças respiratórias associadas a tosse e febre, mas que oferecem menor risco à saúde individual e coletiva.
Matos, A., Motta, F. C., Caetano, B. C., Ogrzewalska, M., Garcia, C. C., Lopes, J., Miranda, M., Livorati, M., Abreu, A., Brown, D., & Siqueira, M. M. (2020). Identification of SARS-CoV-2 and additional respiratory pathogens cases under the investigation of COVID-19 initial phase in a Brazilian reference laboratory.